Encontro dos Trabalhadores da Pesca debateu reconstrução do setor
O 1º Encontro dos Trabalhadores da Pesca e da Aquicultura de Alagoas, realizado pela Confederação dos Trabalhadores na Pesca e Aquicultura de Alagoas e pela Federação alagoana da categoria, preconizou a reconstrução do setor. O evento, que aconteceu na última sexta-feira,26,no município de Piaçabuçu, recebeu cerca de 4 mil trabalhadores na pesca, aquicultores e marisqueiras de Alagoas, também contou com representantes de dezesseis Federações brasileiras, incluindo o Amazonas.
Durante o evento, o presidente da CBPA, Abraão Linconl, colocou em debate os temas da importação do pescado, que ainda acontece em larga escala, prejudicando a balança comercial e o desenvolvimento da cadeia de produção nacional.
“Temos 18 mil quilômetros de costa, e cerca de 12% da água doce do planeta, além de um país continental com total expertise na atividade pesqueira. Logo nosso trabalho junto ao ministério da Pesca é para valorizar e oferecer maior implemento na absorção da produção, que está acontecendo, por exemplo, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos”, destacou Abrãao, que abriu o dia festivo em fala direcionado à comunidade pesqueira.
Com projeção nacional, o evento também tratou sobre a questão das regiões de pesca na lagoa mundaú, que afeta diretamente os trabalhadores das águas da capital Maceió. A ex-deputada alagoana e atual secretária Nacional da Aquicultura e da Pesca, Tereza Nelma, se colocou à disposição para fortalecer a categoria.
“Sabemos que 30% da proteína que o ser humano consome vem dos peixes, e essa interlocução entre o pescador e a sociedade trazida pelo evento se constitui como importante balizador para o desenvolvimento por completo desse trabalhador, seja na valorização, na viabilidade de segurança previdenciária e no desenvolvimento sustentável da atividade com responsabilidade”, disse a Secretária Nacional.
Maior Colônia de Pescadores de Alagoas, o município de Piaçabuçu conta com cerca de sete mil trabalhadores envolvidos na atividade entre a Foz do São Francisco e o mar do Pontal do Peba. O presidente da Colônia de Pescadores, Antônio Carlos, destacou a união da categoria. Durante o evento a CBPA doou para a entidade um carro 0km, assim como para a Colônia de Marechal Deodoro e Fetape Alagoas.
“O nosso maior desafio é manter o trabalhador motivado e e amparado sob os seus deveres. O pescados precisa ser reconhecido e valorizado pelo seu trabalho e sobretudo como ser humano”, enfatizou.
Além das apresentações artísticas com shows de três bandas de repercussão regional, o 1º Encontro dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura de Alagoas também foi palco para as tradicionais corridas de canoa. O evento distribuiu R$ 17 mil em premiação.
A tradição e a cultura local foi defendida pelo presidente da Cooperativa dos Agricultores Familiares e dos Empreendimentos Solidários de Piaçabuçu (Coopaiba), Antonino Cardozo.
“A nossa missão é ser esse braço de apoio para organizar as categorias e trabalhar pelo fortalecimento das políticas públicas que dinamizem e amplie os espaços de atuação. Ao mesmo tampo, para isso, a nossa base precisa estar com suas raízes bem firmadas na tradição, a exemplo da corrida de canoa, que é uma ato cultural repassado entre as gerações e que alimenta o potencial econômico da nossa região”, explicou Cardozo.